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CABAÇO, Hipólito Falcão Toar e Athayde Barreto de Almeida da Costa, (1885-1970). Arqueólogo. Hipólito Cabaço nasceu na aldeia do Paiol, freguesia de Adeia Galega da Merceana, no dia 20 de Setembro de 1885, primeiro filho de D. Maria da Piedade Barreto de Almeida e Costa e do  comerciante e lavrador Manuel da Costa Cabaço. Afilhado de Hippolyte Lassale, vinhateiro de Bordéus, velho cliente e amigo da Casa Cabaço, em 1901 partiu para França a convite de seu padrinho com o objectivo de se especializar no tratamento e fabrico de vinhos, mas, como ele próprio viria a confessar, nessa sua estadia em França passaria mais tempo nos museus do que nas adegas, daí vindo a sua paixão pela Arqueologia, sobretudo pelo período do Paleolítico. Ao regressar a Portugal em 1903, com  apenas dezoito anos, defronta-se com o seu primeiro achado, isntrumentos de pedra lascada encontrados na charneca do Espírito Santo. A partir daí estava traçado o seu rumo como Arqueólogo, tendo desenvolvido essa actividade nos concelhos de Alenquer, Salvaterra de Magos, Azambuja, Peniche, Caldas da Rainha, Santarém, Abrantes, Elvas e Cadaval (A extensa lista de estações por si localizadas referentes ao Paleolítico, Mesolítico, Eneolítico, Bronze, Ferro, Romano e Medieval, foi publicada por Maria Amélia Horta Pereira em “Hipólito Cabaço”,  Separata de Arqueologia e História, 9ª Série de publicações, Vol. II, Lisboa, 1970). A intensa actividade que desenvolveu faria dele, nas palavras de Maria Amélia Horta Pereira, um «pioneiro heróico e gigantesco» da arqueologia portuguesa, levando-o a trabalhar com os maiores nomes da arqueologia portuguesa de então, como Rui de Serpa Pinto, Eugénio Jálhay, Mendes Correia, Afonso do Paço e estrangeiros como Henri Breuil e Georges Zbyszwski. Milhares de peças suas estão hoje depositadas em vários museus, mas a sua colecção principal foi adquirida em 1944 pela Câmara Municipal de Alenquer, dando conteúdo ao Museu com o seu nome, o qual, infelizmente, nunca esteve à altura do espólio aí depositado proveniente da fantástica colecção por si recolhida e restaurada. Conheceu Hipólito Cabaço, ainda, uma breve passagem pela política local quando em 24 de Fevereiro de 1927 foi chamado a presidir à primeira Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Alenquer, nomeada pelo Governo da Ditadura Militar após o movimento do 28 de Maio de 1926. Foi casado com D. Idalina da Costa Cabaço com quem teve nove filhos: Maria da Piedade, Isabel Maria (falecida aos 4 meses), Manuel, Faustino, António, Hipólito, Domingos, Idalina do Rosário e Maria de Lourdes. Quando faleceu na Quinta da Boa Água, no Carregado, no dia 12 de Fevereiro de 1970, aos oitenta e quatro anos de idade, era o sócio n.º 96 da Associação dos Arqueólogos Portugueses.

CAMILO, José Fernando Henriques, (…. – 1970). Militar. Natural da Pedra d’Ouro, freguesia de Santo Estêvão, Alenquer. Soldado Atirador do Batalhão de Caçadores 2887 / Companhia de Caçadores 2504, falecido em Angola em acidente no dia 17 de Janeiro de 1970.

CÂNDIDO, José, (.... – 1918). Militar. Natural da freguesia de Vila Verde dos Francos. Soldado do Regimento de Infantaria n.º 16, morto em combate em Moçambique no dia 14 de Fevereiro de 1918.


CARMO, Bento Pereira do, (1777-1845) – Político, homem de leis e vitivinicultor. Nasceu em Alenquer no dia 29 de Março de 1777 filho de pais humildes que, com grande sacrifício e atendendo à sua capacidade para o estudo, o enviaram para Coimbra onde na respectiva Faculdade de Direito estudou e obteve licenciatura. Passados dois anos foi colocado em Ançã como juíz de fora onde empreendeu e executou obras de reconhecido interesse público. Em 1808, acusado de jacobino foi levado preso para o Porto e mantido nessa condição durante alguns meses até ser absolvido. Tendo regressado a Ançã para reassumir funções foi aí mal recebido, pelo que resignou ao cargo regressando a Alenquer onde se dedicou à lavoura, afastando-se, assim, da vida pública. Com a Revolução de 15 de Setembro de 1820 foi chamado a Lisboa para fazer parte do Governo Provisório, pelo que fez parte da Junta Governativa de Lisboa (1820-1821), sendo posteriormente nomeado Secretário da Junta Provisional Preparatória das Cortes. Eleito Deputado às Cortes Constituintes (1821-1823) pela Província da Estremadura foi escolhido para Presidente do Congresso, cargo que exerceu entre Julho e Outubro de 1822, tendo, também, pertencido à comissão que elaborou as Bases da Constituição de 1822. Nas Cortes de 1822-1823 tomou assento como Deputado eleito pela divisão eleitoral de Alenquer como primeiro efectivo e como primeiro substituto por Lisboa. Quando em Maio de 1823 ocorreu o movimento da Vilafrancada que revogou a Constituição de 1822, foi um dos 62 signatários do protesto lavrado nas Cortes contra esse movimento, pelo que quando D. João VI regressou à capital logo recebeu ordem para regressar a Alenquer e daí não sair. Nessa situação se manteve até à proclamação da Carta Constitucional, regressando ao Parlamento em 1826 como Deputado eleito pela Província da Estremadura. Em 1828, com a tomada do poder por D. Miguel, foi imediatamente preso e conduzido ao Limoeiro de onde foi transferido para o Forte de S. Julião da Barra onde permaneceu encerrado até à queda do regime absolutista em 1833. Foi, então, nomeado Presidente do Tribunal da Relação de Lisboa (foi o seu primeiro presidente) e exerceu o cargo de Perfeito da Estremadura (1833). De Abril de 1834 a Setembro desse mesmo ano exerceu o cargo de Ministro do Reino (equivalente a Primeiro Ministro). Foi eleito Deputado pela Estremadura para a legislatura 1834-1836. Em 1836 foi eleito Vice-Presidente da Câmara e exerceu o cargo de administrador do Banco de Lisboa. Depois de proclamada a Constituição Setembrista de 1838 foi eleito Senador, lugar a que viria a resignar por considerar desnecessária a Revolução de Setembro. Em consequência, retirou-se da vida pública e regressou definitivamente a Alenquer onde se dedicou à cultura da vinha. Foi casado com D. Claudina Martins Pereira do Carmo de quem teve seis filhos: Alfredo Pereira do Carmo, Adriano Pereira do Carmo, António Pereira do Carmo, D. Adelaide Pereira do Carmo, D. Hortênsia Amália Pereira do Carmo e D. Maria Lonide Pereira do Carmo (Chaves). Deixou escritos sobre a história local matéria que muito cultivava e sobre o vinho, estes fruto da sua experiência como vitivinicultor. (Por Maria Isabel Rocha foi escrita e apresentada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 1994, uma dissertação de mestrado intitulada “Bento Pereira do Carmo: perfil de um político liberal – 1778-1845”.



CARMO, Jorge Manuel Catalão de Oliveira e, (1936 – 1961). Militar. Nasceu na vila de Alenquer, freguesia de Santo Estêvão, no dia 25 de Setembro de 1936. Aqui efectuou os primeiros estudos, no Externato Damião de Góis, concluindo o secundário em Lisboa, em 1954, no Liceu Pedro Nunes.  Em Outubro desse mesmo ano ingressou na Escola do Exército para aí efectuar os estudos preparatórios ao ingresso na Escola Naval (Academia da Marinha). Em 1958 terminou com êxito os seu curso na Academia Naval, sendo promovido a Guarda-Marinha no dia 1 de Maio de 1958. Nessa condição prestou serviço na Superintendência dos Serviços da Armada e no Comando da Flotilha de Patrulhas. Foi promovido a Segundo-Tenente no dia 31 de Dezembro de 1958 e, com essa patente, serviu a bordo dos patrulhas “Boavista” e “Porto Santo” e na fragata “Pêro Escobar”, onde o seu «elevado brio, o seu inquestionável sentido das responsabilidades e do dever e o seu aprumo militar» foram alvo dos maiores elogios. Nomeado comandante da lancha de fiscalização “Vega”, estacionada em Diu, para ali embarcou no Verão de 1961. Com a invasão desse território pelas tropas da União Indiana na madrugada do dia 18 de Dezembro de 1961, às 7,00 horas foram avistados aviões a jacto “Vampire” bombardeando alvos em terra, pelo que, nessa mesma altura, foram recebidas ordens do Estado-Maior da Armada segundo as quais a lancha “Vega” se deveria fazer ao mar, onde já tinha procedido à localização e identificação de um cruzador indiano, e «lutar até ao último cartuxo». Perante a desproporção de forças que indiciava um final infeliz, Oliveira e Carmo fardou-se de branco «para morrer com mais honra», como então disse, mandou formar os seus homens e leu-lhes as ordens recebidas, após o que embarcou com a sua guarnição deixando em terra, tão só, os homens necessários para as derradeiras missões. Ao afastar-se a lancha foi sobrevoada por dois aviões em passe de bombas que tinha como alvo a fortaleza próxima e contra eles ordenou Oliveira e Carmo que a sua única peça de 20 mm abrisse fogo iniciando-se assim o combate aeronval que terminou com o afundamento da “Vega”, a morte de Oliveira e Carmo e de dois camaradas seus, os artilheiros António Ferreira e Aníbal Jardim (ainda transportado para terra aonde chegou sem vida). Os restantes cinco tripulantes lograram chegar a terra nadando sete horas, sendo que dois estavam bastante feridos. Pelo seu comportamento em combate, o Segundo-Tenente Oliveira e Carmo viria a ser condecorado, a título póstumo, com a ‘Medalha de Ouro de Valor Militar com Palma’, com a Comenda da ‘Ordem Militar da Torre e Espada, de Valor, Lealdade e Mérito’, sendo promovido, por distinção, a Capitão-Tenente. Homenageando o seu nome, a Marinha de Guerra Portuguesa baptizou com o seu nome uma fragata (entretanto já abatida ao efectivo) e tornou-o patrono do curso 1962/1967 da Escola Naval, enquanto a Câmara Municipal de Alenquer lhe levantou um busto no Jardim Vaz Monteiro. Oliveira e Carmo foi casado com D. Maria do Carmo Oliveira e Carmo de quem teve dois filhos, Jorge e Diogo Oliveira e Carmo.

CARVALHO, António de, (.... – 1918). Militar. Natural da freguesia de Aldeia Galega da Merceana. Soldado do Regimento de Infanteria n.º 16, morto em combate em Moçambique no dia 24 de Abril de 1918.

CARVALHO, Lourenço de, (.... – 1918). Militar. Natural da freguesia de Meca. Soldado do 1.º Grupo de Metralhadoras, morto em combate em Moçambique no dia 22 de Janeiro de 1918.

CARVALHO, Manuel António de, (1785 – 1858) – Magistrado, político, vitivinicultor. 1º Barão de Chanceleiros (título criado por Decreto de D. Maria II em 23 de Maio de 1840). Nasceu no lugar e freguesia do Divino Espírito Santo de Carvalhais, termo de Mirandela, filho de Sebastião José de Carvalho, proprietário e lavrador abastado e de D. Josepha Maria de Carvalho, no dia 31 de Maio de 1785. Estudou leis em Coimbra onde se formou como Bacharel. Habilitado pelo Tribunal do Desembargo do Paço para exercer lugares da magistratura foi Desembargador Extravagante da Casa da Relação do Porto. Foi Conselheiro de Estado, Par do Reino, Ministro e Secretário de Estado Honorário e Deputado. Recebeu as seguintes honras e condecorações: Comemdador da Antiga Ordem da Torre e Espada, Medalha das quatro campanhas da Guerra Peninsular e Comendador da Ordem de Leopoldo da Bélgica. Foi casado com D. Maria José Carvalhosa Henriques, filha de João Anastacio de Carvalhosa Henriques e de D. Anna José de Carvalho Henriques, de que nasceram ... Faleceu na sua Quinta do Rocio na Cortegana, no dia 18 de Dezembro de 1858.

CARVALHO, Manuel de, (.... – 1918). Militar. Natural de Lapaduços, freguesia de Vila Verde dos Francos. Soldado do Regimento de Infanteria n.º 16, morto em combate em França no dia 19 de Junho de 1918.

CARVALHO, Mariano Cirilo de, (1836 - 1905). Professor, jornalista e político. Nasceu em Abrigada no dia 25 de Junho de 1836, filho de Manuel Mariano de Carvalho, natural de Braga e conhecido médico nas Caldas da Rainha, e de D. Maria Amália, natural de Abrigada, os quais contrairam matrimónio em Lisboa, freguesia de Santa Justa, no dia 5 de Julho de 1837. Em 1850, com 14 anos de idade, matriculou-se no curso da Escola Politécnica de Lisboa e deste passou à Faculdade de Farmácia terminando esse curso com apenas 18 anos de idade. Praticou ainda como famacêutico, mas regressaria à Escola Politécnica para aí concluir com êxito o curso de Matemática, após o que ingressou na Escola do Exército para cursar as cadeiras complementares que lhe dariam qualificação em Engenharia Militar. Nesta Escola obteve, por concurso, o lugar de “repetidor”, daí transitando, novamente, para a Escola Politécnica onde, por Decreto de 22 deAbril de 1866, foi nomeado “lente substituto” em Matemática, tornando-se titular dessa cadeira em 1877, leccionando-a até se jubilar. Entretanto, enquanto contruia a sua carreira de professor, Mariano de Carvalho enverdou pelo jornalismo, vida essa iniciada em 1864 na “Gazeta de Portugal”, jornal onde, desde logo, se revelou um hábil polemista e um grande estudioso das matérias sobre as quais se debruçava, mantendo-se na redacção desse periódico até 1867. Fundou depois o “Notícias”, “O Novidades”, o “Correio Português” e, por último, o “Diário Popular”, ganhando na vida jornalística enorme popularidade «pelo vigor dos artigos e pela violência das controvérsias». Preenchida foi, também, a sua vida política, onde se iniciou filiando-se no Partido Reformista, sendo eleito Deputado pela primeira vez em 1870 pelo círculo da Chamusca. Pelo mesmo círculo seria eleito Deputado para as legislaturas de 1870-1871, 1871-1874 e 1875-1879. Depois, para a de 1879-1880 seria eleito por um dos cículos do Porto e para a de 1881-1884 pelo de Timor, a que se seguiu uma última pelo círculo do Cartaxo. Em 1876 foi um dos ‘reformistas’ que acompanhou o seu Partido na fusão com o Partido Histórico, processo de que resultou o Partido Progressista, o qual, por fim, viria a abandonar passando à situação de independente. Mariano de Carvalho fez parte do governo de José Luciano de Castro (1886-1889) como Ministro da Fazenda, experiência que repetiria mais tarde quando do gabinete formado por João Crisóstomo (2.º Governo – 1891-1892) onde voltou a assumir a mesma pasta, gerindo interinamente a pasta do Reino (1.º Ministro) de 27 de Julho a 14 de Novembro de 1891. No último semestre de 1890, a bordo do vapor Malange deslocou-se à Áfica Ocidental e Oriental portuguesa em comissão que se revestiu de grande sucesso e que foi objecto de um importante relatório por si redigido. Desempenhou ainda missões internacionais. Sobre si escreveu-se quando do lançamento de um livro, precisamente intitulado «Poder Oculto», o texto seguinte que caracteriza bem o temível homem político que foi: «(...) na sua época, foi das figuras mais populares e controversas. Conhecido nos meios políticos como o «Poder Oculto», administrou com proveito próprio o sobrenome durante anos a fio. A personagem representou, como poucos no seu tempo, a figura do político, que traficava influências e se movimentava à vontade nas altas esferas do poder, ao mesmo tempo que tudo fazia para se consolidar a sua posição de figura nacional de primeiro plano (...)». No campo das letras, foi um activo tradutor da obra de Júlio Verne, o primeiro em Portugal, e, também, da comédia italiana em três actos intitulada “A Bola de Sabão”, que obteve grande êxito quando representada no teatro Ginásio. Membro do Conselho de Sua Magestade e Vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, foi condecorado com algumas ordens estrangeiras e pertenceu a várias corporações científicas, comerciais e populares. Faleceu em Cascais no dia 19 de Outubro de 1905.


CARVALHO, Mateus (1923 – 2012). Filantropo e dirigente associativo. Filho de Arsénio Carvalho e de Belmira da Conceição, nasceu na Quinta da Mata, freguesia de Triana, no dia 8 de Março de 1923. Sendo seus pais pessoas que viviam pobremente, foi com muita dificuldade que frequentou a escola, numa primeira fase percorrendo diariamente cerca de oito quilómetros a pé por maus caminhos e descalço, numa segunda, já que era bom aluno e o professor seu amigo, dormindo no chão da própria escola no Areal, edifício do Real Celeiro, oferecendo-lhe o professor Abreu o pequeno-almoço e lavando-lhe o pai o almoço e o jantar a essa escola.
Feita com sucesso a 4.ª Classe logo começou a trabalhar auxiliando os pais nos trabalhos do campo e, mais tarde, já em Alenquer, como criado e lubrificador de automóveis, até que em 1942 entrou para a Câmara Municipal onde foi funcionário, aposentando-se em 1985. Aí, em acumulação, exerceu o cargo de Escrivão de Execuções Fiscais, enquanto nas noites de cinema foi ajudante de bilheteiro e bilheteiro, chegando a encarregado e como tal colaborando na escolha de filmes e na contratação de outros espectáculos.
Como dirigente associativo, Mateus Carvalho foi dirigente dos Bombeiros Voluntários de Alenquer, a quem serviu como secretário da direcção e onde colaborou activamente na organização de vários ‘cortejos de oferendas’. Foi membro da comissão fundadora do Rancho Folclórico de Alenquer, chegando a ser seu apresentador, passando ainda pelas suas direcções como secretário. No Sporting Clube de Alenquer, entre 1946 e 1964, exerceu vários cargos directivos. Na Sociedade União Musical Alenquerense, exerceu, igualmente, vários cargos directivos, entre 1960 e 1974, tendo, aí, colaborado na organização das ‘batalhas de flores’ e dos ‘enterros do bacalhau’.
Homem de fortes convicções religiosas e membro da igreja católica, deu o seu contributo a várias obras assistenciais, tendo sido fundador em Alenquer da extinta Sociedade de São Vicente de Paulo, entidade esta vocacionada para a assistência aos mais carenciados. Do mesmo modo, e já na fase mais adiantada da sua vida, dedicou-se intensamente à Irmandade do Senhor dos Passos e à sua obra de apoio às famílias carenciadas, de que foi Provedor. Outra instituição de cariz religioso e assistencial que mereceu o seu empenhado contributo foi a Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, fazendo parte da sua Mesa entre o ano de 1989 e o de 1994. Aí foi encarregado do Centro de Dia, organizou diversos cortejos de oferendas, foi secretário do Jardim Infantil, chegando, inclusive, a fazer o transporte domiciliário de crianças da instituição, isto até à abertura do Infantário da Santa Casa. Numa outra vertente fez parte da Comissão Pró-Beneficiência de Alenquer, entre 1946 e 1955, tendo sido, mesmo, um dos seus fundadores, ocupando o lugar de secretário ao longo de toda a sua existência. Com a extinção desta Comissão, surgiu em 1958 a Liga dos Amigos de Alenquer, tendo sido então que colaborou na organização das “Festas do Orfanato”, espectáculos de variedades, corridas de touros, etc. para sustento da obra que acolia os órfãos. Também entre 1968 e 1974 foi secretário da Comissão de Festas de Verão de Alenquer e entre 1968 e 1975, com a esposa e mais sete casais trabalhou para a realização de uma Colónia de Férias para Crianças carenciadas do nosso concelho.


CARVALHO, Sebastião José de, (1835 – 1905) – Político e vitivinicultor. Visconde de Chanceleiros. Sebastião José nasceu a 11 de Janeiro de 1835 na Quinta do Rocio, Cortegana, filho de Manuel António de Carvalho, 1.º barão de Chanceleiros, e de D. Maria José Carvalhosa Henriques. Iniciou estudos em Lisboa, seguindo depois para Coimbra onde estudou e obteve o grau de Bacharel em Direito pela respectiva Universidade. Com apenas vinte e quatro anos foi eleito Deputado pelo círculo de Torres Vedras (legislatura de 1857-1858) iniciando, assim, uma brilhante carreira política que o elevou a Par do Reino em 1861, cargo hereditário onde substituiu o seu pai quando esse faleceu, a Governador Civil de Lisboa em 1871, a Ministro das Obras Públicas em 1871 (governo de António José de Ávila) e em 1892 (governo de José Dias Ferreira) e a Ministro Plenipotenciário de Portugal na Bélgica. Considerado um dos melhores oradores do seu tempo, dele escreveria um comentador político: «(...) ouvir o Senhor Visconde é experimentar uma sensação que mal se pode definir. Ora nos arrasta, ora nos deslumbra, ora nos provoca frémitos de indignação ou de entusiasmo; enleia-nos sempre e domina-nos por completo; fica assim um auditório de centenas de pessoas, inteiramente cativo e avassalado pela sua privilegiada inspiração». Em 1865, o Rei D. Luís concedeu-lhe o título de Visconde. Grande viticultor proprietário de várias quintas no concelho de Alenquer (Rocio, Bichinha, Monte de Ouro, Convento de Vila Verde).


CASEIRO, José Júlio Comporta, (.... - 1966). Militar. Natural do lugar da Mata, freguesia de Aldeia Gavinha. Soldado Atirador do Batalhão de Artilharia 1854 / Companhia de Artilharia 1411, morto em combate em Angola no dia 9 de Dezembro de 1966.



CASIMIRO, Joaquim, (1946 – 2006). Dirigente Agrícola. Natural do Paiol e filho de um médio agricultor, logo após o “25 de Abril” abraçou a causa da agricultura familiar tornando-se um seu firme defensor e um «abnegado construtor do movimento associativo da lavoura». Em 1978 será um dos fundadores da CNA – Confederação Nacional de Agricultura, permanecendo na Direcção Nacional desta Confederação até aos últimos dias de vida, tornando-se um dos seus históricos dirigentes. Em representação da CNA pertenceu ao CES, Conselho Económico e Social e em 2003, por ocasião do IV Congresso da Federação, foi agraciado pelo Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, com a Comenda da Ordem de Mérito Agrícola. Faleceu em Alenquer no dia 3 de Abril de 2006 aos 59 anos de idade.


COSTA, Joaquim Francisco Louro da, (…. – 1965). Militar. Natural da freguesia de Olhalvo. Soldado de Artilharia Anti-Aérea do Pelotão A. A. 943, falecido em acidente em serviço na Guiné no dia 1 de Novembro de 1965.



COSTA, José Manuel Carvalho, (…. – 1969). Militar. Natural da freguesia de Olhalvo. Soldado de Infantaria do Batalhão de Caçadores 2837 / Companhia de Caçadores 2323, morto em combate em Moçambique em 9 de Agosto de 1969.







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