BAPTISTA, António Ferreira, (? – 1965).
Militar. Nasceu em Aldeia Gavinha, freguesia com o mesmo nome. Soldado no
Batalhão de Cavalaria n.º 1880 /Pelotão de Morteiros n.º 980, falecido por
acidente na Guiné no dia 5 de Janeiro de 1965, quando aí prestava serviço.
BÁRBARA, José dos S. Santa, (? – 1915). Militar. Nasceu na freguesia de
Palhacana. Soldado do Regimento de Infanteria n.º 16, morto em combate em
Angola no dia 25 de Outubro de 1915.
BASTOS, Palmira (1875 – 1967). Actriz. Maria da Conceição Martinez de Sousa
Bastos, pois é este o seu nome verdadeiro, nasceu em Aldeia Gavinha, no dia 30
de Maio de 1875, terceira filha de Pedro Echevarria Martínez, de Valladolid e
de Maria das Dores, de Santiago de Compostela, um casal de artistas de teatro
que trabalhava para uma companhia ambulante.
Ainda muito jovem, com
apenas 19 anos, casou com o empresário António Sousa Bastos, isto em 1894,
nascendo desse matrimónio a sua única filha, Amélia Bastos. Tendo enviuvado em
1911, voltou a contrair matrimónio, agora com o actor António de Almeida Cruz.
Desfeita a companhia e
o casamento a sua mãe viu-se sem meios de subsistência e com três filhos para
criar. Nessas condições, decidiu fixar-se em Lisboa trabalhando de dia numa
modista e à noite como corista, primeiro no teatro Trindade, depois no da Rua
dos Condes, sob o nome artístico de Palmira Rey. Nesse mesmo teatro, como que
uma segunda casa para Maria da Conceição que por lá acompanhava a sua mãe, se
estrearia ela com apenas 15 anos, no dia 18 de Julho de 1890, com a peça O Reino das Mulheres.
Em 1893 transita para
o Teatro Nacional D. Maria II e após o seu casamento em 1894 adopta o nome
artístico de Palmira Bastos. Entre 1893 e 1920 fez inúmeras digressões no
Brasil onde conheceu imenso sucesso. Em 1920 passa para a Companhia Amélia Rey
Colaço-Robles Monteiro. Em 1922 vive a sua primeira e única experiência
cinematográfica no filme mudo O Destino
de Georges Pallu. Depois, em 1931 regressa aos quadros do Teatro Nacional D.
Maria II onde permanecerá até à destruição desse teatro pelo incêndio que o
consumiu no ano de 1964.
Ao longo da sua carreira
são de assinalar alguns factos: O seu primeiro sucesso ocorreu aos 25 anos com
a representação da peça A Boneca que
conheceu 600 representações. Em 1960 protagonizou um dos momentos históricos da
jovem televisão portuguesa com a representação em directo da peça As Árvores
Morrem de Pé. Em 1965 comemorou com brilho e distinção os seus 90 anos de idade
e 75 de carreira. Em 1966 subiu pela última vez ao palco para representar a
peça O Ciclone.
Sobre as suas
qualidades artísticas diria D. João da Câmara: «A Palmira se está na opereta
faz-nos falta no drama; se está no drama, faz-nos falta na opereta…». Estas
palavras dizem muito sobre as suas multifacetadas qualidades artísticas, pois
desdobrava-se com êxito nas mais diversas formas de expressão teatral. Isso mesmo
foi reconhecido pelos mais altos poderes da Nação quando a 3 de Abril de 1920 a
agraciaram com o grau de Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada. A 8 de
Agosto de 1958 com o grau de Comendador da mesma Ordem e a 16 de Junho de
1965 com o grau de Comendador da Ordem Militar de Cristo. Lisboa entregou-lhe
a Medalha de Ouro da cidade e o SNI o Prémio António Pinheiro (1962). Desde 27 de Fevereiro de 2000 existe na terra natal da grande actriz a Casa Museu Palmira Bastos, instalada, precisamente no imóvel em que nasceu e que foi reedificado, por iniciativa da Junta de Freguesia de Aldeia Gavinha com a colaboração da Associação de Desenvolvimento Local e da Câmara Municipal de Alenquer.
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